quinta-feira, 14 de abril de 2011

Café com leitura


CANETA QUERIDA                                                               Raimundo Alberto

Caneta querida do meu coração
Que me acompanhas a toda hora
Da multidão da escola
Até o vazio da solidão!
Não é preciso que eu escreva ou diga
Que tu és uma boa amiga.
Caneta querida, entre meus dedos ganhas vida
E escreves os meus segredos
No meu secreto diário.
Tu és um “ser” solidário!
Caneta querida nunca foste bandida:
Tanto minha dor
Como meu amor, sei que respeitas de uma tal maneira
Que mesmo que eu não queira
Meu pranto o papel invade
E torna imperfeita a letra sem legibilidade!
Tua piedade não tem limite
E ao meu pranto permite
Tornar tua tinta desfeita!
Oh! Caneta querida
O coração dominado pela paixão
Sei que te deixa ofendida!
Tu tens muitas virtudes,
Pois contra mim não tens más atitudes!
Eu te engano, mas mesmo sabendo
Continuas escrevendo!
Sei que não devo,
Mas quando te pego e escrevo
Sinto uma sensação danada
De que estou acariciando a mão da minha amada!
Toco-te, imaginando ser a mão dela...
Mas o pior de tudo
É que eu trocaria tua amizade e cada vocábulo mudo
Pelos carinhos e beijos dela!
Mesmo sendo assim contra mim não te rebelas.
Eu te levarei comigo...
Para que ela veja teu sangue transformado em tinta!
Talvez até ela sinta
O amor que tenho e não digo!
Assim tu terás à tua vista
A sensação de que foste tu que me deu essa conquista!

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